quarta-feira, 25 de julho de 2012

TIM apresenta plano de ação para retomar vendas


Brasília (AE) - Para tentar convencer a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a liberar a vendas de novas linhas em 18 Estados e no Distrito Federal, a cúpula da TIM apresentou ontem ao órgão um plano de investimentos de mais de 800 páginas, com o direcionamento imediato de R$ 451 milhões para melhorias no atendimento nos call centers da operadora. O volume representa o dobro do previsto pela companhia para a área este ano, e serão remanejados de outros segmentos da empresa.
 Representantes da TIM e da Anatel, ontem: a operadora está com as vendas suspensas desde segunda









 Apesar disso, após mais de três horas de reunião com o novo presidente da TIM, Andrea Mangoni, o superintendente de serviços privados da Anatel, Bruno Ramos, avaliou que a proposta apresentada ainda precisará passar por uma revisão. A ideia é ter mais detalhes sobre o plano de investimento da companhia para os próximos dois anos. Governo e a operadora farão outra rodada de negociações amanhã, dia 26.

"O plano da TIM é muito detalhado, por Unidade da Federação, e com projeções de evolução mês a mês. No entanto, falta aprimorar a questão de como a projeção de crescimento da demanda da companhia vai ser atendida com investimentos em equipamentos e nos call centers até 2014", disse Ramos.

De acordo com o superintendente, o plano de melhorias apresentado pela TIM nesse horizonte de tempo foi 80% concentrado nos investimentos na rede. "Queremos que o plano também contemple a criação de novos centros e postos de atendimento aos clientes", afirmou.

Ramos destacou ainda que a TIM também terá que aprimorar as informações apresentadas sobre a evolução da demanda da companhia, considerando os grandes eventos que o País irá receber nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014. A estratégia de marketing da companhia também precisará entrar nos cálculos.

Avanços

Na avaliação do superintendente da Anatel, a TIM "avançou bastante" e não discutiu no encontro o pedido de liminar contra a suspensão imposta pelo órgão regulador, negado pela Justiça Federal na segunda-feira passada,.

O vice-presidente de assuntos regulatórios da companhia, Mario Girasole, confirmou que a empresa não pretende voltar à batalhar jurídica ainda essa semana, mas ponderou que a estratégia da empresa nesse campo será definida durante a visita do presidente da Telecom Itália, Franco Barnabé, a Brasília nos próximos dias

"Por enquanto estamos trabalhando na mesa técnica, e não na judicial", afirmou Girasole. O executivo também endossou o discurso do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, para quem a resolução do problema precisa passar por meios técnicos, e não diplomáticos ou políticos.

"Consideramos que estamos no caminho certo para solucionar o quanto antes e 100% do nosso foco está em cumprir a fase de apresentação do plano", completou.

De acordo com o vice-presidente, os investimentos previstos pela TIM no Brasil até 2015 são de R$ 9,5 bilhões, incluídos os pagamentos pelas licenças adquiridas pela companhia no leilão do 4G e a implantação das redes de quarta geração. "O problema hoje é conseguir gastar todos os recursos disponíveis, pois todos sabem que temos dificuldades para conseguir a instalação de antenas em algumas cidades. Os atrasos de investimentos hoje são mais importantes que o volume de recursos", concluiu Girasole.

Empresa não detalha investimentos

Líder em número de clientes no Rio Grande do Norte, a TIM não detalhou que investimentos pretende fazer no estado, justificando que o Plano Nacional de Ação de Melhoria da Prestação do Serviço que apresentou a Anatel - em âmbito nacional, estadual e dividido por DDD - traz informações estratégicas para a empresa e não serão detalhadas neste momento. A Anatel também não divulgou o conteúdo do plano até o fechamento desta edição.

 Na semana passada, a TIM anunciou, sem detalhes, que vai investir R$ 70 milhões no mercado potiguar entre 2012 e 2014. Em 2011, a empresa investiu R$ 30 milhões no estado. O investimento foi anunciado depois que os Ministérios Públicos estadual e federal ajuizaram ação civil pública e solicitaram a suspensão das vendas até apresentação de um plano de expansão.

O plano foi apresentado, mas não resolveu os problemas apontados na ação, explicou José Augusto Peres, promotor de Defesa do Consumidor da comarca de Natal. O processo que resultou da ação tramita na Justiça Federal do Rio Grande do Norte desde o início de 2011.

Em nota divulgada ontem, a TIM informou que "está em um esforço conjunto com o governo para melhorar o desenvolvimento técnico que garantirá aos cidadãos níveis cada vez melhores de qualidade e desempenho do serviço".

PLANOS

A Claro, por sua vez,  informou ontem que protocolou na Anatel nova versão do Plano de Ação com as alterações solicitadas pela Agência na segunda-feira passada. Entre as mudanças enviadas estão novas projeções de tráfego e ações para melhoria do desempenho da operadora.  Anteriormente, a Anatel já havia solicitado um detalhamento da proposta inicial apresentada pela Claro, que consistia em mencionar os indicadores de qualidade especificadas por estado e por mês.

A Claro também se comprometeu a garantir a qualidade na rede de transmissão e a oferecer a capacidade necessária para atender a demanda durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, incluindo a instalação de um cabo submarino que ligará o país até os Estados Unidos, passando pelo Rio de Janeiro e Fortaleza. A empresa não divulgou se fará algum investimento no Rio Grande do Norte.

Em nota,a  Oi informou que vai investir cerca de R$ 50 milhões ao longo do ano no Rio Grande do Norte. 

Saiba mais

A TIM teve as vendas e ativações de novas linhas e serviços suspensas em 19 estados, incluive no Rio Grande do Norte. A operadora é a única no estado a sofrer restrições, mas o Procon estadual estuda pedir também a proibição das vendas da Oi. Uma definição sobre o assunto deve sair hoje. Até o momento, a Oi sofre restrições em cinco estados e a Claro em três.  A decisão da Anatel de suspender as vendas das empresas foi tomada há uma semana, motivada principalmente pela crescente evolução da taxa de reclamações relativa à qualidade da prestação do serviço. A medida começou a valer segunda-feira. A Anatel exigiu das empresas a apresentação de um Plano Nacional de Ação de Melhoria da Prestação do Serviço Móvel Pessoal, detalhado por estado, no prazo de até 30 dias, contendo medidas para resolver problemas ligados em especial ao completamento e à interrupção de chamadas e ao atendimento aos usuários. Novas vendas só serão permitidas após análise e aprovação do Plano. Caso alguma empresa descumpra a medida, estará sujeita ao pagamento de R$ 200 mil por dia e por cada Unidade da Federação em que se constatar o descumprimento.
Fonte: Tribuna do Norte

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